08/03/2011

ONDE ESTÁ O DINHEIRO? OU, QUEM CAVOU O BURACO?

MP acusa 58 por desvio de dinheiro em Ivaiporã.
Segundo ação, irregularidades na gestão de Pedro Papin (PSDB) teriam lesado em R$ 10 mi os cofres do município (volores não corrigidos)

Catarina Scortecci e Marcela Rocha Mendes Equipe da Folha

Curitiba - A Promotoria de Justiça de Ivaiporã (110 km ao sul de Apucarana) entrou ontem com uma ação civil pública contra 58 pessoas supostamente envolvidas em irregularidades na gestão do ex-prefeito da cidade Pedro Wilson Papin (PSDB), entre 2001 e 2004. Um dos citados é o próprio Papin, que pode ser condenado por improbidade administrativa. Também foram denunciados sete agentes públicos da gestão Papin e mais 50 empresários de Ivaiporã, Curitiba, Londrina, Jardim Alegre, Lunardelli, Apucarana, Arapongas, Cascavel e Araucária, que fizeram contratos com o Executivo local. Os prejuízos causados ao erário por conta das irregularidades chegam a mais de R$ 10 milhões (valores não corrigidos).

Na ação civil pública, o promotor de Justiça Marco Aurélio Tavares relata 28 casos que vão de pagamento permanente de horas extras não trabalhadas a servidores escolhidos pelo ex-prefeito até ausência de processo licitatório e compra superfaturada. No exercício de 2004, Papin ainda teria dividido a compra de combustíveis para o município em dez cartas convites, para que três empresas pudessem ganhar as licitações num sistema de rodízio.

Dinheiro público também teria entrado na campanha eleitoral de Papin, em 2004, quando ele disputava a reeleição. O Executivo pagou 520 camisetas para serem utilizadas na campanha eleitoral e 1.000 panetones para distribuição a eleitores.

Um dos fatos também envolve a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância (APMI) de Ivaiporã, na época comandada pela então primeira dama, Silvia Mendonça Papin. Segundo o MP, o então prefeito e sua filha Cristiane Mendonça Papin, na época tesoureira do Executivo, repassou quase R$ 2 milhões à APMI através de transferências bancárias, sem qualquer prestação de contas.

O promotor ainda cita outros sete agentes públicos que atuavam no Executivo: o diretor de Administração Mauro Augusto Rodrigues Zurlo; o diretor da Divisão de Compras e Licitação Alvaro Venciguerra; o diretor de Saúde Juviniano Florenço Neto; a tesoureira Cristiane Papin; a presidente da APMI Silvia Papin; a diretora do Departamento de Educação e Cultura Sandra Maria Papin Rodrigues e o secretário de Saúde Ilson Donizete Gagliano.

Defesa A Reportagem ligou ontem para a casa de Papin, mas ele não foi localizado. Os 50 empresários citados na denúncia estão ligados a 17 empresas. Santo Pedroni, representante da empresa Pedroni Ujvari & Cia; Sergio Barros de Carvalho, representante da Aravel Arapongas Veículos Ltda; e Paulo Luzzi, representante da Paulo Luzzi Promoções Artísticas Ltda confirmaram que tiveram contratos com a Prefeitura, mas desconheciam o conteúdo da denúncia e preferiram não comentar as acusações.

Representantes das empresas Construtora Consgral Ltda, Serv Med Com. e Representação Comercial Ltda., Nilton Marcelo Alves, F.Q. Raspante & Cia Ltda., Panificadora Bittar Ltda., S.V. Comércio de Combustíveis Ltda, Auto Posto Okabayashi Ltda, Reformadora Maxxi Bus Ltda. e Renato Pneus Ltda. não foram encontrados. Não atenderam a ligação as empresas Drogaria Neifarma Ltda, Comércio de Combustíveis Chon Ltda. e Franconvig & Cia Ltda. Já a representante da Equagril Equipamentos Agrícolas Ltda. não retornou a ligação.

Escritório de filho de Justus está entre denunciados

Curitiba - Entre as 17 empresas envolvidas em supostas irregularidades na gestão Papin (2001 a 2004), em Ivaiporã, está o escritório de advocacia Castelo Branco Rocha & Cordeiro Justus, de Curitiba. Um dos sócios da empresa é o advogado Nelson Cordeiro Justus, que é filho do presidente da Assembleia Legislativa (AL) do Paraná, Nelson Justus (DEM), aliado político de Papin. O promotor de Justiça Marco Aurélio Tavares afirmou que a empresa foi contratada com dispensa de licitação indevida e que não houve prestação de serviços, embora os advogados tenham recebido mais de R$ 30 mil: ''A empresa foi contratada para defender o município no TJ, STF e STJ, mas nós não encontramos nenhuma prestação de serviço''. Tavares também contesta a justificativa do Executivo para dispensar a licitação - experiência técnica do escritório. ''Os advogados (à frente do escritório) tinham acabado de obter o registro da OAB'', afirma.

Procurado, Cordeiro Justus qualificou a denúncia de ''criminosa'' e encaminhou por fax à FOLHA cópia de relatórios anuais das consultas realizadas ao Executivo entre 2002 e 2004. Teriam sido formulados 39 pareceres durante a vigência do contrato. São, na maior parte, consultas relacionadas a pagamento de impostos e questões trabalhistas. O advogado disse ainda lamentar que o MP esteja ''levantando fatos já prescritos'' e que estaria sendo vítima de ''ataques'': ''É um ato de má fé em ano político para destruir a minha imagem, a imagem do meu escritório e atacar a imagem do meu pai''.

Não é a primeira vez que a relação entre o deputado estadual Nelson Justus e seu aliado político se torna alvo do MP. Na última terça-feira, a FOLHA revelou que pelo menos três pessoas ligadas a Papin foram nomeadas para cargos comissionados na presidência da AL: Cristiane, filha de Papin; Gerson, tio do marido de Cristiane; e Carlos Roberto, um ex-funcionário de Papin. No caso, o MP investiga se houve improbidade administrativa, ou mesmo peculato, já que os três, embora nomeados para serviços internos na AL, em Curitiba, nunca saíram de Ivaiporã no período. Eles alegam que eram assessores do parlamentar na cidade. (C.S. e M.R.M.)

07/03/2011

Ivaiporã renovou o Carnaval de Rua como tradição popular...

Depois de muitos anos em que o Carnaval era brincado apenas no clube pela "elite" ivaiporaense, Ivaiporã voltou a oferecer o Carnaval de Rua.  Depois de muitos anos, o Carnaval de Rua aconteceu em 2010 e 2011. Para 2012 esperamos contar com muitos ivaiporaenses que estão morando fora e que esperavam a retomada do Carnaval de Rua em Ivaiporã para virem com seus amigos para cá "brincar". Isto é turismo... Sempre fica um algo mais para Ivaiporã nestes feriados em que recebemos tanta gente... Assim com o Feivanoi e a Expovale que foram resgatados para a tradição ivaiporaense, o Carnaval de Rua de Ivaiporã não pode parar, precisa ir adiante e sempre melhor. E não dá para ficar esperando a Prefeitura fazer. Empresas, entidades e pessoas podem contribuir para fazer destas festas populares verdadeiros referenciais para atração de pessoas para Ivaiporã.